Ruthless Jo #37

Idade: 23 anos // Ocupação: Estudante // Música favorita: 4 Non Blondes – What’s Up // Curiosidade:  Sou a pessoa mais descoordenada de sempre

Conheci o Roller Derby através de uma sugestão que me apareceu no Facebook; já conhecia o desporto mas não tinha a mais pequena ideia que existia em Portugal. Há cerca de dois anos, apareci então num treino e sinceramente a primeira vez que pus os patins nos pés nunca pensei que fosse conseguir aprender a patinar. Sim, porque eu nunca tinha andado de patins na vida, tive skates e bicicletas, mas patins nunca tive. Ao longo dos anos pratiquei muitos desportos, andei no futebol, no basket, também pratiquei algumas artes marciais, mas a verdade é que acabava sempre por me fartar. Foi no Roller Derby que “assentei” a adrenalina da velocidade, o contacto físico dos jogos; foi o que me fez apaixonar rapidamente pelo desporto, e ao contrario de todos os outros que pratiquei, aqui senti que pertencia mesmo a alguma coisa que era muito maior que eu.

O espírito de equipa e a confiança que ganhamos em nós próprias e nas pessoas que estão a nossa volta é muito grande, no derby não existe só uma jogadora, todas nós quando entramos em pista é como se fossemos uma só. É preciso muito treino e disciplina, como é óbvio, mas a verdade é que o derby acaba por ser mais que um desporto, trata-se de confiança, respeito, ajuda e compreensão, e é aberto a  qualquer pessoa.

Roller Derby é inclusão, luta e dedicação. Poder pertencer a esta comunidade e a esta equipa é um privilégio, o derby fez-me crescer, tornou-me uma pessoa mais compreensiva e determinada, descobri forças em mim que não pensava ter. Não trocava este desporto por nada.

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Ruthless Jo #37

PsychoAnimal #69

Idade: 34 anos // Ocupação: Veterinária // Música favorita: um pouco de tudo dependendo do humor // Curiosidade: Escolhi o meu derbyname tendo em conta a minha paixão por animais e o interesse em psicologia veterinária. Foi também com duplo sentido, ansiando o dia em que me tornaria uma jogadora forte e cheia de garra – um louco e forte animal cujas adversárias tivessem receio de enfrentar!

Entrei para esta equipe há cerca de 2 anos, por incentivo de uma colega (Cherry Hannah). Visto gostar muito de andar de patins e procurando um desporto onde pudesse abstrair-me um pouco da vida profissional, arrisquei ir a um treino ver como era.

Não conhecia o desporto mas bastou-me saber que era em patins para experimentar e gostar. Já não calçava uns patins há alguns anos e as saudades eram muitas. No entanto, desde sempre preferi os patins em linha, e era nesses que me sentia confortável a patinar; nessa época considerava os patins quad uma coisa para crianças.

No primeiro treino duvidei que conseguisse adaptar-me a este tipo de patins, estava desabituada e os patins não eram os melhores, o que me deixou inicialmente perra a andar. Mas rapidamente me ajustei e consegui deslizar pela pista voltando assim a sentir aquela liberdade e pura euforia, difícil de explicar.

O grupo parecia simpático e embora bastante heterogénico (em idades, profissões e afins) todas eram bastante acolhedoras. O desporto é sempre importante na vida de uma pessoa e este foi o desporto onde me senti integrada e capaz de me superar, apesar da idade e fraca preparação física.

O jogo parece um pouco “sem jeito” visto de fora, quem não percebe acha que é apenas um grupo de mulheres patinando à volta da pista dando “porrada” umas às outras. Mas não é bem assim… para quem não sabe,o objetivo do jogo é que a jammer de cada equipe ultrapasse o máximo de vezes a equipe adversária, sem fazer faltas, marcando assim os pontos – ou seja não andamos assim tanto à porrada, bem pelo contrário, existem imensas regras que servem para nos proteger evitando possíveis e graves lesões. É um jogo de força, equilíbrio, velocidade, agilidade e estratégia. O Roller Derby é uma modalidade enérgica, desafiante e entusiasmante.

Por falar em lesões… sofri uma pequena grave lesão logo no início da minha aprendizagem, uma fratura na perna, e a consequente cirurgia/recuperação afastaram-me dos treinos por uns meses, o que me impediu de evoluir juntamente como o restante grupo de jogadoras. Quando regressei ponderei seguir outro rumo, contribuindo para a equipe de arbitragem. Afinal, nem só de jogadoras se faz um jogo e sem a vasta equipa de arbitragem nada seria possível – não haveria quem zelasse pela segurança das jogadoras impondo regras, e também não haveria quem controlasse o tempo, as faltas e os tão importantes pontos. Os árbitros são tão importantes como as jogadoras.

O bichinho pelo jogo ainda não desapareceu, espero recuperar, recomeçar do zero e tornar-me uma patinadora forte. No Roller Derby tal como na vida caímos muitas vezes, magoamo-nos… mas o que interessa é levantarmo-nos sempre, cada vez mais fortes, mantendo o equilibro, bloqueando as adversidades da vida, sem nunca parar, continuando sempre a rolar. Este desporto desafia os nossos limites e faz-me sentir uma pessoa mais forte e capaz de enfrentar tudo e todos. Além disso este grupo de mulheres cheias de garra e com diferentes experiências de vida, faz-me aprender muito mais para além de patinar e jogar. As Rocket Dolls são um grupo muito acolhedor e criam-se aqui amizades muito além do desporto.

susana
PsychoAnimal #69 (Foto: Patrícia Carvalho)

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